Por que seus funis não estão convertendo (especialmente em nichos concorridos)
Se você já investiu em tráfego pago, criou conteúdo para SEO, fez captura de leads e, mesmo assim, suas vendas foram pífias, existe uma grande chance de o problema não ser o tráfego… mas sim o funil.
Em nichos de alta concorrência (emagrecimento, finanças, marketing digital, desenvolvimento pessoal, etc.), não basta ter um bom produto. Você precisa de um funil de vendas digital pensado para:
Aquecer o lead de forma estratégica
Diferenciar sua oferta num mar de opções parecidas
Transformar cada clique (orgânico ou pago) em oportunidade de venda
Neste artigo, vou mostrar como estruturar funis que funcionam tanto para tráfego orgânico quanto para tráfego pago, especificamente em mercados saturados. A ideia é que você termine a leitura com um plano prático que pode aplicar ainda hoje.
Entendendo o jogo: tráfego orgânico x tráfego pago dentro do funil
Antes de falar de etapas, precisamos alinhar uma coisa: tráfego não é fim, é meio. Ele só faz sentido quando entra em um funil pensado para converter.
De forma simples:
Tráfego orgânico (SEO, YouTube, redes sociais, blog) gera leads mais “quentes em intenção”, porque a pessoa está buscando algo ou consumindo seu conteúdo voluntariamente.
Tráfego pago (anúncios no Google, Meta Ads, etc.) é mais rápido para escalar, mas tende a trazer leads mais frios, que ainda não confiam em você.
O erro comum é tratar esses dois perfis da mesma maneira. No funil, isso significa:
Não personalizar a mensagem de acordo com a fonte
Colocar todo mundo na mesma sequência de e-mails
Oferecer a mesma oferta com o mesmo nível de urgência
Resultado: custo por lead alto, custo por venda pior ainda e aquela sensação de que “tráfego não funciona”.
Os 4 pilares de um funil que converte em nichos de alta concorrência
Em mercados competitivos, um funil de vendas digital precisa ser construído sobre quatro pilares:
Posicionamento claro e diferenciado
Promessa específica e mensurável
Prova real (de preferência, numericamente comprovada)
Processo simples e repetível
Sem isso, não adianta ter automação, ferramentas caras ou milhares de visitas. Vamos destrinchar cada pilar rapidamente:
Posicionamento: é o “por que comprar de você e não do concorrente?”. Em nicho concorrido, posição genérica = invisibilidade.
Promessa: é o que você garante entregar. “Emagrecer” é genérico. “Perder 5kg em 8 semanas sem passar fome” é específico (e muito mais vendável).
Prova: você mostra que o que diz acontece na prática: prints, depoimentos, estudos de caso, bastidores, números.
Processo: é a sequência pela qual você leva a pessoa: de desconhecido para visitante, lead, comprador e cliente recorrente.
Desenhando o funil base: da primeira visita à primeira compra
Vamos montar um funil “core” que funcione tanto para orgânico quanto para pago. Depois, adaptamos as entradas.
Estrutura base:
Entrada: conteúdo ou anúncio que chama atenção
Captura: página com isca digital (lead magnet)
Nurturing: sequência de e-mails e/ou conteúdos
Oferta: página de vendas ou checkout
Follow-up: remarketing, nova sequência, oferta complementar
Agora, de forma prática.
Etapa 1: escolher a oferta antes do funil (não o contrário)
Um erro clássico é montar blog, anúncios, isca digital, página de captura… sem definir qual oferta quer vender no final.
Para nichos de alta concorrência, você precisa começar pelo fim:
Qual é o produto principal que você quer vender? (ticket baixo, médio ou alto?)
Qual transformação específica ele entrega?
Para quem exatamente ele é (e para quem não é)?
Exemplo realista:
Suponha que você venda um curso online de copywriting para afiliados iniciantes, focado em Instagram, por R$ 297. Sua oferta final é essa. Então, todo o resto do funil será construído para:
Atrair afiliados iniciantes que querem vender no Instagram
Mostrar que copy é a habilidade-chave que falta
Apresentar seu curso como o atalho mais direto
Etapa 2: criar uma isca digital irresistível (e alinhada com a oferta)
A isca digital (lead magnet) é o que converte tráfego em leads.
Em nichos concorridos, seu lead magnet precisa ser:
Ultra específico (um problema só, uma vitória rápida)
Consumível em pouco tempo (15–40 minutos)
Diretamente ligado à oferta paga
Exemplos de boas iscas alinhadas com a oferta:
Planilha de “roteiro de copy” para posts de venda no Instagram
Mini-aula “Como transformar seguidores em cliques no link da bio”
Checklist “7 elementos que todo post de oferta precisa ter”
Perceba o padrão: a isca não resolve tudo, mas entrega uma vitória clara. E, principalmente, ela prepara o terreno mental para a oferta.
Etapa 3: páginas que convertem – captura, obrigado e vendas
Três páginas são críticas no funil:
Página de captura
Página de obrigado
Página de vendas
Página de captura
Seu objetivo aqui é trocar atenção por contato. Elementos essenciais:
Headline clara com benefício direto (“Aprenda a escrever posts que vendem em 20 minutos”)
Subheadline explicando o que é, para quem é, e em quanto tempo a pessoa começa a aplicar
Bullet points curtos com ganhos específicos
Formulário simples (nome + e-mail, no máximo)
Uma chamada para ação destacada
Página de obrigado
É onde muita gente desperdiça conversão.
Ao invés de apenas “Obrigado, cheque seu e-mail”, use essa página para:
Reafirmar que a pessoa tomou uma boa decisão
Explicar o próximo passo (por exemplo: “em 5 minutos chega o material”)
Oferecer um conteúdo complementar que aproxime da venda (vídeo, mini story, bastidores)
Apresentar, se fizer sentido, uma oferta de entrada (tripwire de baixo valor)
Página de vendas
Aqui entram os 4 pilares: posicionamento, promessa, prova e processo.
Elementos que não podem faltar:
Headline com promessa específica
História rápida que contextualiza o problema (sem novela)
Apresentação da solução e como ela funciona na prática
Prova: prints, depoimentos, números, estudos de caso
Explicação do que a pessoa recebe (módulos, bônus, suporte)
Garantia clara (e realista)
CTA repetida ao longo da página
Etapa 4: sequência de e-mails que realmente vende (sem parecer spam)
Depois que o lead entra na sua base, começa a parte que a maioria negligencia: nutrição inteligente.
Em nichos de alta concorrência, isca ruim + e-mail morno = lead esquecido em 24 horas.
Modelo de sequência básica para 7 dias:
Dia 1 – E-mail 1: entrega da isca + reforço da “vitória rápida” + pequeno gancho para o problema maior.
Dia 2 – E-mail 2: história de alguém (ou sua) enfrentando o problema que seu produto resolve.
Dia 3 – E-mail 3: conteúdo prático (dica, mini-framework, checklist) + sutil introdução da solução paga.
Dia 4 – E-mail 4: apresentação direta da oferta, foco na promessa, na transformação e na simplicidade do processo.
Dia 5 – E-mail 5: prova: depoimentos, prints, antes e depois (no seu contexto).
Dia 6 – E-mail 6: quebra de objeções (tempo, dinheiro, “será que funciona para mim?”).
Dia 7 – E-mail 7: urgência real (bônus que sai, condição que muda ou outro motivo legítimo).
Essa sequência pode ser adaptada tanto para leads vindos do orgânico quanto do pago. A diferença está na temperatura do lead e na forma como você o aborda (falarei disso adiante).
Adaptando o funil para tráfego orgânico
Tráfego orgânico geralmente vem de:
Blog/SEO
Canal no YouTube
Instagram, TikTok, LinkedIn, etc.
O grande diferencial aqui é que:
A pessoa já consumiu algum conteúdo seu antes de cair no funil
Ela tende a ter uma percepção mínima de autoridade da sua parte
Como aproveitar isso melhor:
Use CTAs (chamadas para ação) claras nos conteúdos, levando para a isca digital.
Crie conteúdos pilar (posts longos, guias no blog, vídeos mais completos) que conectem diretamente com sua oferta.
Segmente por tema: se a pessoa veio de um conteúdo sobre “copy para Instagram”, ela não deveria cair em uma isca sobre “copy para e-mail marketing”.
Exemplo prático:
Você tem um artigo no blog “Como escrever legendas que geram comentários e vendas”. No meio e no final do artigo, você oferece sua isca: “Checklist de 7 elementos da legenda perfeita para venda”. A partir daí, o lead entra na sequência de e-mails focada em copy para Instagram, que leva para o curso de copy para afiliados.
Adaptando o funil para tráfego pago
No tráfego pago, a pessoa pode nunca ter ouvido falar de você. Ela clicou porque a promessa do anúncio chamou atenção.
O que muda na prática:
Sua página de captura precisa trabalhar mais forte confiança e clareza
Você precisa “aquecer” mais na sequência de e-mails
Prova e autoridade se tornam ainda mais importantes
Boas práticas para funil com tráfego pago:
Utilize prova social já no anúncio (números, resultados, prints, se a política da plataforma permitir).
Traga elementos de autoridade na página de captura: tempo de experiência, resultados de alunos, marca que já atendeu.
Na sequência de e-mails, inclua mais 1 ou 2 e-mails de criação de conexão antes de empurrar a oferta de forma agressiva.
Exemplo de ajuste:
Se no funil orgânico você faz oferta direta no e-mail 4, no pago pode valer a pena só abrir a oferta no e-mail 5, dedicando os três primeiros para:
Contar sua história mais a fundo
Mostrar bastidores
Entregar um resultado rápido que gere confiança
Funis em nichos concorridos: como se destacar com a mensagem
Em mercados saturados, sua principal arma não é o “hack do anúncio”, é a mensagem.
Algumas formas práticas de se diferenciar:
Escolher um subnicho específico (em vez de “copy para qualquer um”, “copy para afiliados iniciantes no Instagram”)
Escolher um inimigo comum (por exemplo, “templates genéricos de legenda que todo mundo usa e ninguém compra”)
Articular uma filosofia diferente (por exemplo, “copy que não depende de gatilhos emocionais clichês”)
Leve isso para dentro do funil:
No anúncio ou conteúdo de entrada, toque nesse inimigo comum
Na isca digital, já mostre essa visão diferente na prática
Na página de vendas, deixe claro porque sua abordagem oferece mais chances reais de resultado
Medição e otimização: onde você realmente deve mexer
Em funil digital, você sempre trabalha com três grandes blocos de métricas:
Topo: cliques, CTR, custo por clique
Meio: taxa de conversão da página de captura, taxa de abertura de e-mails
Fundo: taxa de cliques para página de vendas, taxa de conversão em vendas, ticket médio
Onde otimizar primeiro:
Se poucas pessoas se cadastram na isca → o problema é a oferta da isca ou a página de captura.
Se muitos se cadastram, mas poucos abrem e-mails → o problema está nas linhas de assunto e no timing.
Se as pessoas abrem, mas não clicam na oferta → sua proposta não está clara ou relevante.
Se elas clicam na página de vendas, mas não compram → problemas na oferta, prova, preço ou clareza do produto.
Em vez de tentar “arrumar tudo”, mexa em um ponto de cada vez. Teste duas versões de headline, duas promessas de isca, dois ângulos de anúncio, e acompanhe números por pelo menos 7 a 14 dias antes de decidir.
Checklist prático para montar seu funil hoje
Para facilitar, aqui vai um checklist direto para você começar:
Definir produto principal e transformação específica que ele entrega.
Escrever sua promessa em uma frase, com número ou prazo claro.
Criar uma isca digital relacionada diretamente à promessa.
Montar a página de captura com headline, benefícios e CTA claro.
Criar uma página de obrigado que:
Reafirma a decisão do lead
Explica o próximo passo
Entrega um conteúdo de aquecimento
Escrever sequência de 5 a 7 e-mails:
Entrega e reforço da isca
História + conexão
Conteúdo prático
Apresentação da oferta
Prova e quebra de objeções
Criar página de vendas com promessa, prova, detalhes do produto, garantia e CTA.
Configurar automação (entrada no funil após cadastro na isca).
Definir fonte de tráfego principal (orgânico, pago ou híbrido) e alinhar a mensagem de acordo com a origem.
Configurar rastreamento básico (Google Analytics, Pixel, UTMs).
Próximos passos para colocar isso em prática
Funil que converte em nicho concorrido não nasce perfeito. Ele nasce mínimo e funcional, e vai sendo ajustado com base em dados.
Se você quiser transformar este artigo em plano de ação, faça assim:
Escolha apenas um produto e uma oferta para trabalhar nos próximos 30 dias.
Defina uma isca digital simples (checklist, mini-aula, planilha) e crie a página de captura hoje.
Escreva, pelo menos, os três primeiros e-mails da sequência.
Direcione o tráfego que você já tem (orgânico ou pago) para essa isca.
Acompanhe as métricas básicas: taxa de cadastro, abertura e cliques nos e-mails.
Ajuste um ponto de cada vez, semana após semana.
Com consistência, você vai perceber que tráfego orgânico e pago deixam de ser “apostas” e passam a ser parte de um sistema previsível. É aí que o jogo começa a ficar interessante — mesmo (e principalmente) em nichos de alta concorrência.